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  Nossas Estórias
   
 
 

Lembranças de Praia Grande - 1.

Eulina Esteves de Aguiar

..........Há muito pouco tempo foi que Praia Grande desabrochou para o progresso. Onde antes víamos carros-de-boi, carroças, mulas e cavalos, hoje circulam por suas ruas carros modernos, ônibus, caminhões e motos. Veio também a Internet e muitos moradores dominaram os computadores. Adolescentes deixam para trás sua terra natal, para estudar e fazer a faculdade em outras cidades maiores. Dentistas, médicos, professores formados e tantas outras profissões já fazem parte de sua população.

..........Praia Grande hoje já é grande se comparada com os muitos anos que ficaram para trás. Era um distrito com seus moradores pacatos, acolhedores e bons.

..........Na minha infância, bem me lembro, quando Sr. Vítor, (sobrenome não me recordo, pois era muito criança) entrou em P. Grande com um fordeco, que mal corria e precisava ser empurrado a todo instante.

..........Meu pai, Gervásio Esteves de Aguiar, comerciante abastado, pensava mais alto e dizia "vou mandar minhas duas filhas estudarem em Tubarão, onde há um bom colégio com internato. Elas serão professoras. Depois de aprontar o enxoval fomos a cavalo até Araranguá e o restante da viagem de trem. Esta iniciativa bastou para que outros pais seguissem o exemplo de meu pai. E assim foram se formando as primeiras professoras do então distrito de Praia Grande.

..........Eu, Eulina Esteves de Aguiar fui a 1ª professora normalista a assumir uma vaga na Escola Raunida Delia Régis. No final do ano, então, se formava a turma do 4° ano primário. Foi uma grande festa!

..........O povo da nossa querida Praia Grande era cortês e hospitaleiro, mas também muito valente. Não costumava levar desaforo para casa. Como era comum, em muitos lugares, houve também muitos indivíduos que se tornaram bandidos valentes. Era difícil haver um baile que não houvesse briga com tiroteios e facas brilhando na semiclaridade da noite.

..........Na política eram aferrados, incluindo também as mulheres, com direito a briga e bate boca. Abel Esteves de Aguiar, com seus seis irmãos, comandava o povo para seu partido, que apoiava Getúlio Vargas e seu grande amigo Dr. Nereu, que era chamado por Dr. Nereuzinho. Nos tempos de eleições as reuniões eram feitas em sua casa, sendo que Abel tinha entrada franca no Palácio do Governo, em Florianópolis.

..........Abel lutou muito para que se abrisse a estrada estadual Araranguá - Praia Grande. Essa luta foi vencida e a estrada aberta. Também o seu grande sonho foi a abertura da serra do Faxinal - Praia Grande, porém este ele não conseguiu. Dizem que, tamanha era a sua vontade, que por conta própria, empregou homens que, de picaretas, pás, enxadas, machados e serrotes, procuravam destruir as pedras e abrirem caminho, o que realmente foi impossível e desapontado com seu lindo sonho teve que acordar.

..........Abel foi aquele político de ferro que jamais desistiu de seus ideais. Lutou até sua morte, já bem idoso.

..........Lembro também, muito criança ainda, o comentário que uns forasteiros, passando por Praia Grande em direção a Serra, se infiltraram nela e lá fundaram uma fábrica. Era de pau a pique, mas lá eles trabalhavam muito escondidos dos comentários alheios. Nada mais era do que uma fábrica de dinheiro falso. Foram descobertos e presos e suas notas foram queimadas.

25 de julho e 2004



   
 

Fonte: Eulina Esteves de Aguiar

  Filha de Gervásio Esteves de Aguiar e
Izaurina da Silva
 
 
   
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