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Pedro Inácio,
Tenho agora em mãos o livro "Paróquia de Sombrio", do Pe. Raulino Reitz. No Capítulo XII - Histórico das Capelas, C. Distrito de Praia Grande, há o que a seguir transcrevo, das páginas 87 a 89 do livro:
Praia Grande
Padroeiro: S. Sebastião
Fundação da Capela: 28-11-1919
Praia Grande, como parece á primeira vista, não fica no litoral, mas ao pé da serra Geral, no sudoeste do município de Araranguá. Toma o nome de um grande despraiado existente no Rio Verde, aí denominado Rio Praia Grande. Não é uma praia comum, mas um imenso lençol de seixos rolados. Nesta zona entende-se por "praia" também o cascalho só, pois é frequente se ouvir a expressão: "levaram praia para a estrada", ou "assoalharam a estrada de praia", quando querem exprimir a atividade do governo em pavimentar com este material no leito da rodovia.
Desde 31 de dezembro de 1943 data em que foi criado o distrito de Praia Grande, esta localidade passou á categoria de vila. Possuía em 1946 uns 90 prédios. Está em franco progresso.
Como localidade Praia Grande não é muito antiga, pois o empório comercial somente passo para lá no ano de 1917. Antes desta data havia talvez uma ou outra casa ladeando o caminho que liga a serra ao litoral.
Pelo ano de 1918, entre outros, habitavam em Praia Grande Idalino Cardoso, os irmãos Camilo João Inácio e Ricardo João Inácio, Abel Esteves, Amândio Cardoso de Lima e Ildefonso Ramos.
Em 1917, quando este último se mudou para Praia Grande, ainda não havia nenhuma igreja. A 1a. capela foi feita em 1918, fora da praça, perto do rio. Como logo veio um novo traçado de ruas se cogitou imediatamente em mudar a igreja para a praça, em frente do lugar da que existe hoje. Uma tempestade de vento que descobriu todo o telhado foi o suficiente para se resolver muda-la, fazendo outra, também de táboa, no lugar supra indicado. Encomendou-se a imagem de S. Sebastião em que lê a inscrição: "San Sebastiano fato 1919". Na data de 28 de novembro foi benta a igreja e a imagem do padroeiro.
Mas dentro de poucos anos a capela tornou-se pequena. Numa reunião dos principais elementos de Praia Grande decidiu-se a construção duma nova igreja. Antônio Luz, viajante de Gravataí (R. G. do Sul) presente na reunião, organizou listas em que todos os assinantes se comprometeram a contribuir com Cr$ 100,00. Em 1931 começaram-se os alicerces tendo-se adiantado os trabalhos até a metade da coberta. Por mais de um ano ficaram paralisadas as obras. E mesmo depois esteve entregue ao culto, por muitíssimos anos, sem forro, sem rebôco e com piso de barro socado. Por volta de 1940 foi feito o piso de cimento, rebocada internamente, e, em 1943, exteriormente. Somente em 1945 foi pintada por fóra.
Para a chamada dos fiéis foi adquirido, durante a existência da segunda igreja, um sino de 10 Kgs. por Cr$ 175,00. Foi Manoel Pinto que o trouxe. O mesmo senhor, quando o sino quebrou, impediu sua venda, alegando ser de sua propriedade. Por algum tempo foi substituído por uma serra circular de que se tirava o som da chamada. Somente em maio de 1939 foi vendido a Urbano Maganini por Cr.$ 18,80.
O sino atual, suspenso numa torre de madeira, ao lado da igreja, foi adquirido em 1938 e pago a 21 de dezembro de 1938 por Cr.$ 2.678,90. Na festa de 21 de outubro de 1938 foi solenemente benta, sendo padrinho Antônio Pioner e madrinha Dulce Lima.
Interessante era a organização das primeiras festas de S. Sebastião, padroeiro da igreja. O juiz festeiro escolhia 12 mesários e marcava para cada um, um mês em que podia recolher adjutórios para a festa. Desde 1938 a própria comissão da capela vem fazendo as festas. Festeja-se também a Festa do S. Coração de Jesus.
Na capela acha-se ainda a imagem do S. Coração de Jesus, benta em 13 de novembro de 1942. Foi adquirida por Cr.$ 275,00, rendendo a festa da benção Cr.$ 712,00. Em 1945 dona Luiza Martins Porto ofereceu um belo crucificado á igreja, tendo-o trazido nos braços desde Caxias do Sul, onde foi adquirido. A festa de benzimento rendeu por doação dos padrinhos Cr.$ 775,00.
O livro caixa foi aberto em 19 de julho de 1938.
Cemitérios há dois em Praia Grande. O do Malha Coco é o mais antigo e fica na estrada que vai para a serra homônima. O outro é mais recente e fica uma dezenas de metros distante da igreja.
De Praia Grande - Praia Grande é a única capela de todo o território da Paróquia de Sombrio, que possui um centro de religião acatólica, não mencionando naturalmente a aberração de culto, si assim nos podemos exprimir, da capela de Palmeira.
O ambiente, em Praia Grande, era favorável á introdução da seita da Igreja Episcopaliana Brasileira. Afastada cerca de 80 Kms. da séde paroquial, (então era Araranguá) recebia só anualmente a visita do Vigário, por ocasião da festa, ou raramente duas vezes. Mas vejamos o histórico do afastamento de alguns católicos de Praia Grande de nossa religião, o que denominamos "cisma de Praia Grande".
Francisco Batista, morador de cima da serra, no R. G. do Sul, adepto da Igreja Episcopal Brasileira, em suas viagens por Praia Grande, fez a propaganda da seita vendendo livros, biblias protestantes, folhetos, etc. (sempre a mesma propaganda!). Pelo ano de 1920 Idalino Salustriano Cardoso e Abel Esteves de Aguiar, pertencentes á fábrica da capela, seduzidos pelo engodo, passaram para a seita protestante, tornando-se o último o seu braço forte. Quiseram algumas pessoas de responsabilidade na capela católica, passá-la para o culto protestante. Mas, diante da atitude varonil de Ricardo Inácio, abortou o astucioso golpe.
Por intermédio de Francisco Batista veio Vespúcio Cabral. Como sempre, aí também foi muito esquisita a atividade das seitas protestantes. Em vez de estenderem o reino de Deus, (si é que trabalham para o reino de Deus) entre os pagãos e infiéis, vem iludir católicos periclitantes. Pois si já conhecem a Deus e sua doutrina deixem-nos cumpri-la.
Em lugar do pastor ficou o catequista Oliveira Muniz, que já está presidindo a capela episcopaliana por mais de 20 anos. O pastor e o bispo fazem regularmente, uma ou duas visitas no ano. O reduzido número de prosélitos é acrescido a um grande número de curiosos, que frequentam o culto nas quartas feiras e domingos no salão destinado para isto.
Os membros destacados da seita agem com muito préstimo e convidam com insistência, principalmente as pessoas de maior projeção, para se filiarem á dissidência.
Entre as páginas 88 e 89 há duas fotografias, cujas legendas são:
(Tábua
56) - Terceira
Capela de PRAIA
GRANDE, construida
em 1931. A
torre está por
ser levantada.
(Tábua 57) - Comissão da Capela de São Sebastião, em PRAIA GRANDE.
Nota:
Foi mantida
a ortografia
do original.
Abraços,
Aguinaldo Valentin Fidelis
Florianópolis, SC
e-mail: afidelis@brturbo.com
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Original Message
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Sent: Monday,
April 26, 2004
10:20 PM
Subject: Re:
[sc-gen] Padre
Paulino Reitz
Olá Luis,
vc lembra o nome do livro?
Abraço,
Pedro
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Original
Message -----
Sent: Monday,
April 26,
2004 8:17
PM
Subject: RE:
[sc-gen]
Padre Paulino
Reitz
Prezado
Pedro,
Existia, a menos de um ano, um exemplar original (ano de 1948), na Livraria
Lunardeli, ali perto do ECT, da Praça XV de Setembro, em Florianópolis.
O preço girava em torno de R$ 35,00.
Abraços:
Luís César Nunes
Tubarão/SC
>From: Pedro Inacio <pedro_floripa@yahoo.com.br>
>Reply-To: sc_gen@yahoogrupos.com.br
>To: SC <sc_gen@yahoogrupos.com.br>,
RS <rs-gen@yahoogrupos.com.br>
>Subject: [sc-gen] Padre Paulino Reitz
>Date: Sun, 25 Apr 2004 23:49:06 -0300 (ART)
>
>Alguém já ouviu falar do livro do Padre Paulino Reitz
>que fala da cidade de Praia Grande, Sul do Estado de
>SC?
>
>Saudações,>Alguém já ouviu falar do livro do Padre Paulino Reitz
>que fala da cidade de Praia Grande, Sul do Estado de
>SC?
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>Saudações,>Alguém já ouviu falar do livro do Padre Paulino Reitz
>que fala da cidade de Praia Grande, Sul do Estado de
>SC?
>
>Saudações,
>Alguém já ouviu falar do livro do Padre Paulino Reitz
>que fala da cidade de Praia Grande, Sul do Estado de
>SC?
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>Saudações,>Alguém já ouviu falar do livro do Padre Paulino Reitz
>que fala da cidade de Praia Grande, Sul do Estado de
>SC?
>
>Saudações,
>Pedro
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