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.......BACIA
DO MAMPITUBA
...... Abrange
todos
os
rios
ao
sul
da
pequena
serra
que
se
destaca
da
Serra
Geral,
com
o nome
de
Serra
da
Peroba,
ao
sul
da
Serra
da
Pedra
e percorre
o município
de
oeste
a leste.
A maior
zona
lacustre
do
município,
e também
do
estado é tributária
da
bacia
do
Mampituba.
......Rio
Mampituba -
ou Mambituba.
Nasce com o
nome de Rio
Josafá,
que desce e
corre entre
os itamimbés
da Serra Pedra
Branca ao rumo
de NNW até chegar à curva
que faz a citada
serra com a
do Fachinalsinho.
Daí,
toma ele o
nome de Rio
Roça
da Estância,
até o
afluente do
Rio Facão
ao rumo do
norte, passando
então
a denominar
se Rio
da Praia Grande,
que conserva
até banhar
a vila desse
nome, vindo
para NE depois
da volta que
fez.
......Na
Praia Grande
bifurca se, seguindo
um braço
para NNE, e outro
para SE. O primeiro
toma o nome de
Rio Canoa. O
segundo, que
apezar de menos água,
continua fazendo
o limite interestadual.
Torna o nome
de Rio Verde,
outrora também
chamado Rio
Glória,
e banha a vila
de Pirataba,
que já pertence
ao Rio Grande
do Sul. Antes
de receber o
Canoa recebe
pela direita
o Rio Monteiro,
que é o
sangrador da
lagoa do Forno.
Na junção
com o outro braço,
o Rio Canoa,
recebe o nome
Mampituba. E'
rio fartamente
piscoso. Sustenta
uma forte colônia
de pescadores,
cuja sede está em
Mampituba (Passo
de Torres). Ambas
as margens do
rio são
densamente habitadas.
Boiteux, profundo
conhecedor da
nossa história,
lembra um episódio,
que é de
pouca monta,
mas traduz o
espírito
mesquinho e antipatriótico
que existia entre
as pessoas incultas
destas partes
dos dois estados
limítrofes. "Foi
o Mampituba teatro
de muitas rixas
entre os habitantes
das margens opostas,
porquê,
estando o Mampituba
antes de ser
definitivamente
incorporado à margem
esquerda a Santa
Catarina, não
queriam os da
direita que os
da oposta pescassem
no dito rio,
muito principalmente
na época
da entrada do
peixe. Felizmente
veio o bom senso
acabar com tal
modo de proceder
absurdo. Menos
egoístas
e mais acertados
eram os habitantes
da parte norte
pois dando se
o fato do rio
Criciúma
de como os demais
abrir barra mais
ao norte, fazia
com que os habitantes
da parte sul,
se vissem distantes
da nova barra
aberta em zona
a eles não
pertencentes
e por isso, impedidos
de fazer suas
pescarias, entrada,
dos cardumes
de tainhas. Pois
bem, para que
não houvessem
rixas e inimizades,
de acordo, a
meia distância,
para ambos ,
abriram uma nova
passagem para
o referido rio".
......Da
exploração
do Mampituba,
mandada fazer
pelo General
Jerônimo
Francisco Coelho,
quando Presidente
do Rio Grande
do Sul pelo 1º Tenente
da.Armada J.
Nolasco Pereira
da Cunha no intuito
da construção
do canal Laguna
Porto Alegre,
anotamos do relatório
apresentados
as seguintes
notas:
......"Deságua
no Atlântico
por uma pequena
barra de 1,20
m de profundidade
e 4,40 m de largura
ao NE de Torres,
na distância
de 3 Km. Os ventos
do quadrante
de SE tem grande,
influência
sobre o crescimento
de suas, águas;
mormente na estação
invernosa, o
que leva-o a
transbordar,
quando constantemente
se dão,
as ocorrências
citadas. Participa
do refluxo das
marés,
ficando a chegar
salgadas as suas águas
até a
Lagoa do Forno;
e se no inverno
a Oceano não
leva as suas águas
a tal distância, é porque
a grande força
da correnteza,
que então
tem, devido à águas
de desmonte.
......"Pelo
nivelamento feito
pelo dito oficial
com o mar, achou
ele que o rio
lhe é superior
somente, de 0.45
m. ao nível
do mar, cuja
diferença
desaparece nas
horas da preamar,
e tocado este
pelo vento sul,
faz transbordar
as águas
do rio.
......" A
posição
da barra é variável;
dizem os moradores
que no verão
forcejam as águas
para o norte,
deixando o canal,
que por efeito
da sua descida
rápida
no inverno haviam
escavado em uma
direção
mais reta e daí a
existência,
de um banco de
areia em sua
barra. Este rio
tem uma largura
de 110 metros,
profundidade
de 6 a 7 e um
curso de 24 Km,
a contar da sua,
foz ao encontrar
o Monteiro. Três
lageados atravessam
o seu curso,
porém
de pouca importância
para a navegação
acham se, os
dois primeiros
a 4,5 metros.
abaixo da flor
da água
e terem os moradores
feito varadouros
nas imediações
destes lageados;
com isto reduziram
o curso atual
do rio de 3,5
Km,. O 3 lageado
acha-se ao chegar
no lugar, denominado
Barro Cortados
sobre a margem
esquerda; exige
alguma, cautela,
por ficar apenas
a 1,85 m abaixo
da superfície
das águas.
Nenhuma outra
, dificuldade
apresenta-se à navegação
em todo o Mampituba.
......"À margem
esquerda a 7
km da sua foz
acha-se o sangradouro
da lagoa do Sombrio,
num largura de
13,80 e uma profundidade
de 3,70 m; neste
sangradouro,
mais que nenhum
outro se devem
fazer varadouros
pelas inúmeras
voltas que faz
até chegar à lagoa
do Sombrio. A
correnteza de
suas águas
para o Mampituba
em todas as estações
sempre é maior
que a deste rio;
o que fica provado
não só pela
sondagem que
apresenta este
sangradouro com
o da Lagoa. Tem
esta um fundo
regular de 2,80
a 3 m e um perímetro
de 30 km (Deve
ser 16.360 m
N.A)".
......Os
efluentes mais
importantes são,
das nascentes
até Praia
Grande: o Rio
Facão,
o Rio do Boi,
o Rio Esperança,
o Malla Coco,
que desce a Serra
do Fachinal,
com também
o Río
Malacara. E'
tal a abundância
de agua que verte
da Serra Geral
nesta extremidade
sulina do Estado,
que há nada
menos que 10
passos do rios,
na curta distância
entre Praia Grande
e a subida da
Serra da Pedra
Branca. Entre
Praia Grande
e a foz do Rio
Canoa, o braço
sul recebe diversas.
sangas, como
a Sanga Poca,
que se torna
importante por,
delimitar as
zonas de areias
e de barro, Após
a fóz
do Canoas recebe
pela esquerda
a grande Sanga
da Madeira, que é o
Sangrador da
lagoa do Sombrio,
que por sua vez,
está ligada
a do Caverá e
esta a da Serra,
que por sua vez
também
esta presa no
Araranguá pelo
Rio Negro; formando
assím
um cana de 76
Klms.. de navegação
interna, que
a natureza se
esmerou em proporcionar
ao homem para
que dele tirasse
proveito e que
desde 1856 foi
posto em equação,
tantas vezes
resolvido mas
sempre posto
de lado o seu
valor econômico,
pelos administradores
como também
pelo interesse
particular. Há a
lembrar que antigamente
os lavradores
dos arredores
do Sombrio transportavam
sua produção
para ser vendida
em Torres ou
em Porto Alegre,
por esta via
fluvial, e Faziam-no
em canoas. Para
conduzir aguardente
fabricada, lançavam ás águas
da lagoa os barris,
e que por meio
de varas de suas
canoas os impeliam
para o varadouro,
como o faziam
com as balsas
de madeira, e
por ele abaixo
iam ter ao Mampituba,
donde em carros
de bois os transportavam,
ao ponto desejado.
Hoje já se
transporta as
mercadorias em
confortáveis
lanchas, mesmo
a motor.
......A
Sanga da Madeira é cheia
de curvas, que
tornam a navegação
muito morosa.
Na, fóz
há uma
balsa, substituindo
a ponte já a
tempo destruida,
Existe um animalsinho
da agua salgada,
chamado busão,
que roe em poucos
anos qualquer
madeira em contacto
com as salsas
aguas. Enquanto
as autoridades
não contruirem
uma ponte com
alicersses de
pedras, nunca
existirá ponte
durável
sobre a Sanga
da Madeira.
......Por
fim o Mampituba
recebe, nas zonas
de Curralinhos,
a Sanga
dos Rodrigues, quei é o sangradouro
da sistante Lagoa do. Centro. Na
fóz o Mampituba é atravessado
por uma balsa, que serve ao trânsito
inter estadual e nacional.
A desembocadura é extremamente variável.
Obedece as mesmas circunstâncias que
referimos quando tratamos do Rio Araranguá.
......Ao
botânico é curioso
saber
que
as
margens
do
Mampituba,
como
as
do
Ara,ranguá e
Tubarão
são
habitadas
pelas
planta
halófilas
como, p. ex,, Acrostichum daneaefolium, samanbaias
aí popularmente chamada xaxim.
......Rio
Canoa.
-- É o
braço
do Mampítuba
que toma o
rumo NNE até a
Sanga da Anta,
e aí vira-se
para o sul,
banhando a
vila do Passo
do Sertão,
e continúa
no mesmo rumo
com o nome
de Rio Sertão
até reunir-se
ao outro braço.
Forma assim
uma extensa
ilha interfluvial
de terrenos
em grande parte
arenosos. A
parte oeste é aproveitada
em grandes
culturas de
arroz pela
facilidade
da captação
de água
em ambos os
braços
do rio. A metade
de ambos os
braços é navegável.
Em Passo do
Sertão
o tráfego é servido
por uma ponte
sobre o rio.
......Os
afluentes
deste
segundo
braço
são:
Sanga
do
Idalino,
rios
Macaco,
Três
Irmãos,
Cachoeira,
Leão
ou
Tenente.
Este
recebe
as águas
da
Sanga
do
Vinagre,
que
por
sua
vez
capta
as águas
do
Rio
Bonito.
Desde
a foz
da
Sanga
do
Vinagre
o Rio
Leão
denomina-se
Rio
do
Braço
até escoar
as águas
no
Canoa.
A Sanga
do
Vinagre
se
torna
importante
porque
suas
nascentes
recebem
o ângulo
das
linhas
secas
divisórias
interdistritais
entre
Sombrio
e Jacinto
Machado,
cuja
primeira
parte
das
nascentes
do
rio Águas
Brancas
e a
segunda
da
foz
do
rio
Santa
Rosa.
Vertem
ainda
no
Canoa
a Sanga
da
Areia
e a
Sanga
da
Anta.
Esta
delimita
os
terenos
arenosos
dos
de
barro.
P.
Raulino Reitz
Paróquia de Sombrio
(Ensaio de uma monografia paroquial)
Progresso religioso e social
1948
Nota:
Foi mantida a
ortografia do
original.
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