APONTAMENTOS SOBRE O PARQUE
                                                                    NACIONAL
                                                                    DE APARADOS
                                                                    DA SERRA
    
    [1]
    
  
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              Maria das
                                                                  Graças Santos
                                                                  Luiz Brightwell.
                                                                  UFSC. graça_b@brturbo.com
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              Introdução 
                                                              O Parque Nacional de Aparados
                                                                  da Serra (PNAS)
                                                                  está localizado
                                                                  na borda da
                                                                  Serra Geral
                                                                  e cobre terras
                                                                  do planalto
                                                                  do município
                                                                  de Cambará do
                                                                  Sul - RS, conhecidas
                                                                  como "Campos
                                                                  de Cima da
                                                                  Serra", e do
                                                                  vale do município
                                                                  de Praia Grande - SC, área
                                                                  chamada de "Litoral" e "Encosta" do
                                                                  Planalto. (fig.
                                                                  n° 01). 
                                                              Figura n° 01
                                                              Mapa do Parque Nacional
                                                                    de Aparados
                                                                    da Serra
                                                                                                                              
                                                              Fonte:  Site da Prefeitura Municipal de Praia
                                                                  Grande
                                                              O local apresenta paisagens
                                                                  de grande beleza
                                                                  cênica, como
                                                                  os campos ondulados,
                                                                  as matas com
                                                                  araucárias
                                                                  e o seu principal
                                                                  cartão postal é o
                                                                  canyon Itaimbézinho,
                                                                  fenda de 5,8
                                                                  quilômetros
                                                                  de extensão
                                                                  e paredões
                                                                  de até 720
                                                                  metros de altura,
                                                                  de onde despencam
                                                                  quedas d'água. 
                                                              Após haver estado no ostracismo
                                                                  e total abandono
                                                                  a partir do
                                                                  final dos anos
                                                                  de 1980 até metade
                                                                  dos anos de
                                                                  1990, o Parque
                                                                  Nacional de
                                                                  Aparados da
                                                                  Serra tornou-se
                                                                  uma celebridade
                                                                  no alvorecer
                                                                  do novo milênio.  Houve
                                                                  uma renovação
                                                                  das instalações
                                                                  do parque numa
                                                                  tentativa de
                                                                  transformá-lo
                                                                  em um modelo
                                                                  de parque nacional.
                                                                  Sua beleza
                                                                  paisagística
                                                                  começou a ser
                                                                  amplamente
                                                                  usada em novelas,
                                                                  filmes, documentários,
                                                                  artigos em
                                                                  revista que
                                                                  reforçam o "mito
                                                                  da natureza
                                                                  intocada",
                                                                  e apresentam-no
                                                                  como um espaço
                                                                  a ser consumido
                                                                  na forma de
                                                                  produto turístico. 
                                                              Mas parques não são meros
                                                                  espaços naturais. Muito
                                                                  mais que apenas
                                                                  um espaço onde
                                                                  a natureza
                                                                  deve ser protegida
                                                                  da presença
                                                                  humana, o PNAS
                                                                  foi palco de muitos processos históricos
                                                                  anteriores
                                                                  e posteriores à sua
                                                                  criação em
                                                                  1959. Esses
                                                                  processos envolvem
                                                                  diferentes
                                                                  projetos para
                                                                  o espaço que
                                                                  passam tanto
                                                                  por uma concepção
                                                                  de natureza
                                                                  quanto ao uso
                                                                  dos recursos
                                                                  naturais.   Através de informações documentais,
                                                                  bibliográficas,
                                                                  artigos de
                                                                  jornais, planos
                                                                  de manejo e
                                                                  entrevistas
                                                                  orais procurou-se
                                                                  entender aspectos
                                                                  da implantação
                                                                  do Parque,
                                                                  os usos do
                                                                  espaço na área
                                                                  do Parque e
                                                                  entorno antes
                                                                  e durante a
                                                                  criação do
                                                                  mesmo assim
                                                                  como um breve
                                                                  histórico destas
                                                                  Unidades de
                                                                  Conservação
                                                                  no mundo. 
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              Rota de tropeiros
                                                                
                                                                
                                                             
                                                              
                                                              Desde o final do século
                                                                  XIX, a região
                                                                  dos Aparados
                                                                  da Serra foi
                                                                  usada pelos
                                                                  tropeiros como
                                                                  uma rota de
                                                                  passagem entre
                                                                  o litoral o
                                                                  planalto, provavelmente
                                                                  usando os caminhos
                                                                  dos habitantes
                                                                  anteriores,
                                                                  os indígenas.  Os
                                                                  tropeiros desciam
                                                                  com gado, charque
                                                                  e outros produtos
                                                                  serranos e
                                                                  se abasteciam
                                                                  de produtos
                                                                  agrícolas e
                                                                  derivados da
                                                                  cana-de-açúcar
                                                                  produzidos
                                                                  nas bacias
                                                                  férteis do
                                                                  Mampituba.
                                                                  De acordo com
                                                                  Reitz (1948:10)
                                                                  por volta de
                                                                  1860 já existia
                                                                  uma rota que
                                                                  passava por
                                                                  Passo do Sertão
                                                                  e Malha Côco
                                                                  (Vila Rosa)
                                                                  em direção
                                                                  a serra, sendo
                                                                  a localidade
                                                                  de Timpopeba
                                                                  o primeiro
                                                                  e principal
                                                                  entreposto
                                                                  comercial entre
                                                                  a serra e o
                                                                  sul do município
                                                                  de Araranguá.
                                                                  Segundo o autor,
                                                                  a partir de
                                                                  1917 teria
                                                                  ocorrido um
                                                                  movimento colonizador
                                                                  nas zonas mais
                                                                  próximas da
                                                                  serra, passando
                                                                  então o comércio
                                                                  para Praia
                                                                  Grande, devido à proximidade
                                                                  da Serra e
                                                                  ao fato de
                                                                  ser mais plano.
                                                                  Um ponto estratégico
                                                                  entre "Caminho
                                                                  das Tropas
                                                                  pelos Campos
                                                                  de Cima da
                                                                  Serra" e o "Caminho
                                                                  do Mar". 
                                                              A ação do povoamento das
                                                                  terras próximas
                                                                  a serra teve
                                                                  um impacto
                                                                  enorme na cobertura
                                                                  florestal,
                                                                  já que a derrubada
                                                                  da "matanha" (mato
                                                                  fechado , de
                                                                  acordo com
                                                                  os moradores),
                                                                  que constituía
                                                                  o "inacabável
                                                                  túnel verde",
                                                                  era considerado
                                                                  um ato de absoluta
                                                                  necessidade
                                                                  para a sobrevivência
                                                                  do colono.
                                                                  Até mesmo Warren
                                                                  Dean (1996:30)
                                                                  admite que
                                                                  a floresta
                                                                  tropical seja
                                                                  um lugar assustador
                                                                  para pessoas
                                                                  de todos os
                                                                  lugares e culturas:
                                                                  para habitá-la é necessário
                                                                  abrir clareiras
                                                                  para afastá-la.
                                                                  Somente em "desespero",
                                                                  seres humanos
                                                                  habitam a mata
                                                                  fechada. Para
                                                                  os brancos
                                                                  a redução da área
                                                                  significou
                                                                  dominar a natureza
                                                                  tornando-a
                                                                  apta ao cultivo
                                                                  e a habitação.
                                                                  Abundante e
                                                                  próxima, a
                                                                  natureza era
                                                                  temida e desprezada,
                                                                  confirmando
                                                                  o conceito
                                                                  de "valor de
                                                                  escassez" da
                                                                  natureza "selvagem" de
                                                                  Nash (Apud
                                                                  Drummond 1991).
                                                                  Para ele, quanto
                                                                  maior a proximidade
                                                                  e abundância,
                                                                  mais a natureza
                                                                  representa
                                                                  algo temível
                                                                  e inútil a
                                                                  ser civilizado;
                                                                  quanto mais
                                                                  distante e
                                                                  escassa dos
                                                                  sujeitos, maior
                                                                  será a admiração
                                                                  por ela. Esta
                                                                  situação é confirmada
                                                                  pelo depoimento
                                                                  de um morador: "Esse
                                                                  interior todo
                                                                  nos primeiros
                                                                  anos do século
                                                                  era tudo mato.
                                                                  Não havia Turvo,
                                                                  Jacinto Machado.
                                                                  (...) Quase
                                                                  não havia campo.
                                                                  Era tudo mato.
                                                                  Só pequena
                                                                  parte da madeira
                                                                  foi aproveitada.
                                                                  Queimava-se
                                                                  para limpar
                                                                  a terra. (Dall'alba
                                                                  1997: 198)
                                                              Nos campos de cima da
                                                                  serra a cobertura
                                                                  vegetal exuberante
                                                                  começou a ser
                                                                  motivo de interesse
                                                                  do setor madeireiro
                                                                  gaúcho no final
                                                                  da década de
                                                                  1940.  A abertura de uma estrada permitiu que
                                                                  as grandes
                                                                  serrarias escoassem
                                                                  a produção
                                                                  para os portos
                                                                  gaúchos. Esta
                                                                  extração contribuiu
                                                                  para o povoamento
                                                                  da área por
                                                                  famílias que
                                                                  trabalhavam
                                                                  na indústria
                                                                  itinerante
                                                                  de extração
                                                                  de madeira
                                                                  e fortaleceu
                                                                  as relações
                                                                  comerciais
                                                                  com a localidade
                                                                  de Praia Grande,
                                                                  situada no
                                                                  pé da Serra.  Esta localidade agia como fornecedora
                                                                  de produtos
                                                                  agrícolas tais
                                                                  como milho,
                                                                  arroz, feijão
                                                                  e também produtos
                                                                  derivados de
                                                                  cana-de-açúcar
                                                                  e mandioca:
                                                                  açúcar mascavo,
                                                                  cachaça, melado,
                                                                  farinha de
                                                                  mandioca e
                                                                  polvilho. Após
                                                                  a saída das
                                                                  grandes serrarias
                                                                  em 1955  as terras foram vendidas para antigos
                                                                  empregados.
                                                                  Estes passaram
                                                                  a utilizar
                                                                  a área para
                                                                  a pecuária
                                                                  extensiva - que
                                                                  se tornou a
                                                                  principal atividade
                                                                  econômica -
                                                                  além da agricultura
                                                                  e da criação
                                                                  de animais
                                                                  domésticos
                                                                  (cavalo, porco,
                                                                  galinha, etc.)
                                                                  para subsistência.
                                                                  (Kinker 1999:86).
                                                                  Na realidade,
                                                                  o que se pode
                                                                  inferir é que
                                                                  após as serrarias
                                                                  haverem extraído
                                                                  o que puderam,
                                                                  as terras foram
                                                                  vendidas aos
                                                                  trabalhadores
                                                                  que achavam
                                                                  que ainda poderiam
                                                                  extrair a madeira
                                                                  e que logo
                                                                  iriam receber
                                                                  a notícia de
                                                                  que suas terras
                                                                  seriam desapropriadas
                                                                  para a criação
                                                                  de um parque
                                                                  nacional.
                                                               
                                                              Parques Nacionais
                                                                
                                                                
                                                             
                                                              
                                                              Esse tipo de política
                                                                  governamental
                                                                  de preservação
                                                                  de áreas terrestres
                                                                  e/ou aquáticas,
                                                                  com características
                                                                  naturais raras,
                                                                  belas e importantes
                                                                  iniciou-se
                                                                  nos Estados
                                                                  Unidos com
                                                                  a criação do
                                                                  conceito de
                                                                  Parques Nacionais.
                                                                  Yellowstone
                                                                  foi o primeiro
                                                                  parque nacional
                                                                  americano criado
                                                                  em 1872 (Drummond
                                                                  1997:07). Baseado
                                                                  em uma visão
                                                                  em que homem é considerado
                                                                  um destruidor
                                                                  da natureza,
                                                                  tinha por objetivo
                                                                  proteger a
                                                                  vida selvagem
                                                                  da influência
                                                                  humana e guardar
                                                                  exemplares
                                                                  da fauna e
                                                                  da flora para
                                                                  gerações futuras.
                                                                  Além disso,
                                                                  objetiva-se
                                                                  criar um espaço
                                                                  onde o homem
                                                                  urbano pudesse
                                                                  apreciar a
                                                                  natureza intacta
                                                                  e restituir
                                                                  suas forças.
                                                                  (Diegues 1996).
                                                                  Esse tipo de
                                                                  categoria de
                                                                  Unidade de
                                                                  Conservação
                                                                  tem recebido
                                                                  amplas críticas,
                                                                  por haver sido
                                                                  inspirado em
                                                                  experiências
                                                                  estrangeiras
                                                                  sem levar em
                                                                  conta as realidades
                                                                  locais. Para
                                                                  Diegues, a
                                                                  idéia de grandes áreas
                                                                  não habitadas,
                                                                  onde a vida
                                                                  natural e selvagem
                                                                  pudesse ser "afastada" do
                                                                  homem, foi
                                                                  amplamente
                                                                  usada nos países
                                                                  do Terceiro
                                                                  Mundo. O autor
                                                                  tem sido um
                                                                  dos maiores
                                                                  críticos deste
                                                                  modelo importado
                                                                  de áreas protegidas,
                                                                  e um dos maiores
                                                                  defensores
                                                                  da permanência
                                                                  das populações
                                                                  ditas tradicionais,
                                                                  em tais áreas,
                                                                  uma vez que,
                                                                  segundo o autor,
                                                                  estas possuem
                                                                  práticas milenares
                                                                  de proteção
                                                                  aos recursos
                                                                  naturais. Entretanto,
                                                                  algumas críticas
                                                                  surgem deste
                                                                  tipo de abordagem,
                                                                  já que, é bastante
                                                                  difícil de
                                                                  tipificar o
                                                                  que seja tradicional,
                                                                  já que os valores
                                                                  e as práticas
                                                                  culturais são
                                                                  fatores dinâmicos
                                                                  (FERREIRA 1999). É inegável,
                                                                  entretanto,
                                                                  a perda ou
                                                                  restrições
                                                                  dos direitos
                                                                  da propriedade
                                                                  e direito do
                                                                  uso da terra
                                                                  pelos habitantes
                                                                  em áreas de
                                                                  Parque e seu
                                                                  entorno. São
                                                                  impostas uma
                                                                  série de limitações
                                                                  aos proprietários
                                                                  de terras,
                                                                  com o objetivo
                                                                  de preservar
                                                                  o meio ambiente,
                                                                  proprietário
                                                                  estes que na
                                                                  maioria das
                                                                  vezes vivem
                                                                  no local há várias
                                                                  gerações e
                                                                  dependem da
                                                                  exploração
                                                                  de recursos
                                                                  naturais. 
                                                              As terras
                                                                  que pertencem
                                                                  aos limites
                                                                  de uma Unidade
                                                                  de Conservação
                                                                  de uso indireto - um
                                                                  Parque Nacional,
                                                                  por exemplo
                                                                  - criada pelo
                                                                  poder público,
                                                                  sofrem diversas
                                                                  restrições
                                                                  de uso, de
                                                                  acordo com
                                                                  o seu objetivo
                                                                  de manejo.
                                                                  Entende-se,
                                                                  por lei, que
                                                                  a ocupação
                                                                  humana nestas
                                                                  terras é incompatível
                                                                  com os objetivos
                                                                  de conservação.
                                                              A criação de Parques Nacionais
                                                                  no Brasil acompanhou,
                                                                  segundo explicações
                                                                  do Plano de
                                                                  Manejo do PNAS
                                                                  (1982-83),
                                                                  a expansão
                                                                  das frentes
                                                                  de ocupação
                                                                  humana e agrícola
                                                                  que ocorreram
                                                                  a partir da
                                                                  segunda metade
                                                                  do século XX,
                                                                  quando o país
                                                                  passou por
                                                                  transformações
                                                                  marcantes na
                                                                  agricultura
                                                                  e nas relações
                                                                  entre campo
                                                                  e cidade. De acordo com Wallauer (1988:147), até meados da década
                                                                  de 1970, o
                                                                  estabelecimento
                                                                  destas áreas
                                                                  não obedecia
                                                                  critérios técnicos
                                                                  científicos
                                                                  e muito menos
                                                                  a idéia de
                                                                  um sistema.
                                                                  As áreas eram
                                                                  criadas pelas
                                                                  belezas cênicas,
                                                                  atributos geológicos
                                                                  espetaculares,
                                                                  riqueza da
                                                                  fauna e flora,
                                                                  e oportunismo
                                                                  político.     
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              A criação do Parque Nacional
                                                                    de Aparados
                                                                    da Serra
                                                                    
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                                                                                
                                                              Os primeiros passos para
                                                                  a criação do
                                                                  Parque Nacional
                                                                  de Aparados
                                                                  da Serra foram
                                                                  dados em 1957
                                                                  quando o governo
                                                                  gaúcho declarou
                                                                  de utilidade
                                                                  pública uma área
                                                                  de 13.000 ha
                                                                  no então município
                                                                  de São Francisco
                                                                  de Paula, hoje
                                                                  município de
                                                                  Cambará do
                                                                  Sul, para criação
                                                                  de um "Parque
                                                                  Natural", de
                                                                  acordo com
                                                                  as informações
                                                                  do plano de
                                                                  manejo do parque
                                                                  (1982-83).
                                                                  Tinha por objetivo "a proteção das belezas naturais da região
                                                                  gaúcha dos
                                                                  Aparados da
                                                                  Serra"   considerada "principalmente
                                                                  devido ao acelerado
                                                                  processo de
                                                                  degradação
                                                                  da cobertura
                                                                  florestal,
                                                                  causado pela
                                                                  extração de
                                                                  araucária e
                                                                  outras madeiras
                                                                  nobres, assim
                                                                  como pelas
                                                                  atividades
                                                                  agrícolas e
                                                                  pecuárias".  
                                                              A área mencionada naquele
                                                                  Decreto Estadual
                                                                  continuou como
                                                                  antes, de pleno
                                                                  domínio de
                                                                  particulares,
                                                                  sem que o órgão
                                                                  governamental
                                                                  responsável
                                                                  propusesse
                                                                  a competente
                                                                  ação judicial
                                                                  de desapropriação.
                                                                  Exatamente
                                                                  dois anos após
                                                                  o Decreto n° 8.406,
                                                                  o Governo Federal,
                                                                  através do
                                                                  decreto n° 47.446,
                                                                  de 17 de dezembro
                                                                  de 1959, criou
                                                                  o Parque Nacional
                                                                  de Aparados
                                                                  da Serra, com área
                                                                  de 13.000 ha
                                                                  apenas em terras
                                                                  gaúchas, já que
                                                                  as paredes
                                                                  e o fundo do
                                                                  canyon Itaimbézinho
                                                                  ficam em terras
                                                                  catarinenses
                                                                  (Plano de Manejo
                                                                  1982-83).
                                                              Não que não existisse
                                                                  em Santa Catarina
                                                                  uma preocupação
                                                                  com a preservação
                                                                  da natureza.
                                                                  Apelos para
                                                                  criação de áreas
                                                                  naturais protegidas
                                                                  no extremo
                                                                  sul catarinense
                                                                  já existiam
                                                                  no final da
                                                                  década de 30.
                                                                  Os clamores
                                                                  preservacionistas
                                                                  vinham por
                                                                  parte dos padres
                                                                  naturalistas:
                                                                  Raulino Reitz,
                                                                  irmão do pároco
                                                                  de Sombrio
                                                                  já havia efetuado
                                                                  o inventariamento
                                                                  botânico da
                                                                  região e no
                                                                  seu livro Paróquia
                                                                  de Sombrio,
                                                                  no capítulo
                                                                  'intitulado "Proteção à Natureza",
                                                                  ele clama que
                                                                  se tomem providências
                                                                  para proteção
                                                                  dos monumentos
                                                                  naturais. Entre
                                                                  eles, todos
                                                                  os aparados
                                                                  da Serra Geral,
                                                                  das espécies
                                                                  botânicas e
                                                                  zoológicas "periclitantes" e
                                                                  urge pela criação
                                                                  imediata de
                                                                  Parques Nacionais
                                                                  naturais, em
                                                                  que "a natureza primitiva permaneça intata",
                                                                  e a "mão
                                                                  humana lhe
                                                                  acrescente
                                                                  novidades úteis
                                                                  ao homem e
                                                                  embeleza as
                                                                  paisagens,
                                                                  com estradas,
                                                                  casas de férias,
                                                                  represas, etc." (Reitz
                                                                  1948:153) 
                                                              Até 1972, o parque comprazia
                                                                  somente terras
                                                                  gaúchas, quando
                                                                  estudos posteriores,
                                                                  concluíram
                                                                  pela necessidade
                                                                  de reformular
                                                                  os limites
                                                                  do PNAS. Através
                                                                  do Decreto
                                                                  70.296, de
                                                                  17 de março
                                                                  de 1972 foi
                                                                  então dada
                                                                  nova delimitação
                                                                  ao Parque,
                                                                  deixando-o
                                                                  com área menor
                                                                  (10.250 ha),
                                                                  passando também
                                                                  a englobar
                                                                  terras catarinenses
                                                                  do município
                                                                  de Praia Grande,
                                                                  além de acrescentar
                                                                  o canyon Itaimbézinho.
    
    [2]
    
  
                                                              De local
                                                                  de trabalho
                                                                  e rota comercial
                                                                  dos tropeiros,
                                                                  a área do Parque
                                                                  passou a ser
                                                                  um espaço de
                                                                  visitação. No relatório do ano de
                                                                  1966, o administrador
                                                                  do Parque Nacional,
                                                                  Dr. Antonio
                                                                  Lara, assinala
                                                                  que foram registrados
                                                                  mais de 10.000
                                                                  visitantes à área,
                                                                  que já contava
                                                                  com uma hospedaria
                                                                  e um restaurante,
                                                                  construídos
                                                                  pelo SETUR
                                                                  (SERVIÇO ESTADUAL
                                                                  DE TURISMO
                                                                  DO RGS), mas
                                                                  que não operavam
                                                                  por falta de
                                                                  abastecimento
                                                                  de água e energia
                                                                  elétrica. A
                                                                  regularização
                                                                  da exploração
                                                                  dessas construções,
                                                                  realizadas
                                                                  sem qualquer
                                                                  entendimento
                                                                  com o serviço
                                                                  florestal do
                                                                  Ministério
                                                                  da Agricultura,
                                                                  só viria a
                                                                  acontecer em
                                                                  1971, com assinatura
                                                                  de convênio
                                                                  entre IBDF
                                                                  (Instituto
                                                                  Brasileiro
                                                                  de Desenvolvimento
                                                                  Florestal)
                                                                  e SETUR (Secretaria
                                                                  de Turismo
                                                                  do Rio Grande
                                                                  do Sul) (Plano
                                                                  de Manejo 1982-83). Em
                                                                  parceria com
                                                                  o governo do
                                                                  Estado e Prefeitura
                                                                  de Cambará do
                                                                  Sul, o Parque
                                                                  foi dotado
                                                                  de infra-estrutura
                                                                  para receber
                                                                  os turistas,
                                                                  tais como hotel,
                                                                  restaurante
                                                                  e áreas de
                                                                  camping. 
                                                              Se a
                                                                  criação do
                                                                  Parque contribui
                                                                  para a preservação
                                                                  da natureza
                                                                  e conservação
                                                                  do que restou
                                                                  da mata de
                                                                  araucária,
                                                                  no entorno
                                                                  desta ilha
                                                                  de preservação,
                                                                  a relação entre
                                                                  a sociedade
                                                                  e a natureza
                                                                  continuou caracterizando-se
                                                                  pelo uso dos
                                                                  recursos naturais
                                                                  como principal
                                                                  fonte de trabalho
                                                                  e crescimento
                                                                  econômico.  Preocupado com a situação do Parque,
                                                                  o delegado
                                                                  Estadual do
                                                                  IBDF do RGS
                                                                  envia ofício
                                                                  em setembro
                                                                  de 1972, ao
                                                                  presidente
                                                                  do órgão, no
                                                                  qual diz: "(...)
                                                                  embora as prontas
                                                                  providências
                                                                  por nós tomadas,
                                                                  as derrubadas
                                                                  somente chegam
                                                                  ao nosso conhecimento
                                                                  quando inúmeras árvores
                                                                  são abatidas.
                                                                  A área é por
                                                                  demais extensa
                                                                  para ser vigiada
                                                                  por um único
                                                                  guarda." O
                                                                  conflito entre
                                                                  os moradores
                                                                  e o órgão fiscalizador
                                                                  culmina com
                                                                  o cadastramento
                                                                  dos ocupantes,
                                                                  realizado no
                                                                  segundo semestre
                                                                  de 1978, que
                                                                  sofreu vários
                                                                  empecilhos, "desde a adversidade das condições climáticas
                                                                  até a relação
                                                                  belicosa da
                                                                  população" (Plano
                                                                  de Manejo 1982-83). 
                                                              A exploração de madeira
                                                                  atingiu seu
                                                                  pico de comercialização
                                                                  na região de
                                                                  Praia Grande
                                                                  nas décadas
                                                                  de 70-80.  O
                                                                  corte de árvores
                                                                  nativas para
                                                                  obtenção de
                                                                  lenha consumida
                                                                  principalmente
                                                                  no processo
                                                                  de secagem
                                                                  de fumo fez
                                                                  com que no
                                                                  período de
                                                                  1970-80 a produção
                                                                  de lenha passasse
                                                                  de 3.000 m³ para
                                                                  51.000 m³,
                                                                  relacionando-se
                                                                  diretamente
                                                                  com o aumento
                                                                  da produção
                                                                  de fumo no
                                                                  período, que
                                                                  passou de 857
                                                                  para 2.219
                                                                  toneladas (Plano
                                                                  Diretor do
                                                                  uso do solo
                                                                  urbano de Praia
                                                                  Grande/SC 1988).
                                                              Uma nova
                                                                  rodada de negociações,
                                                                  com representantes
                                                                  do IBDF e com
                                                                  os proprietários
                                                                  cujas áreas
                                                                  foram desapropriadas
                                                                  através do
                                                                  decreto de
                                                                  1959, iniciou-se
                                                                  em 07/08/80.
                                                                  Na opinião
                                                                  dos representantes
                                                                  do IBDF: "O
                                                                  parque é irreversível,
                                                                  deve-se encontrar
                                                                  uma solução
                                                                  e que esse
                                                                  parque, uma
                                                                  vez estruturado,
                                                                  representará pela
                                                                  sua localização,
                                                                  uma das maiores
                                                                  maravilhas
                                                                  do mundo, mas
                                                                  que em decorrência
                                                                  disso, não
                                                                  sejam sacrificados
                                                                  seus antigos
                                                                  proprietários,
                                                                  e recebam uma
                                                                  indenização
                                                                  justa'' (Sentinela
                                                                  Cambaraense
                                                                  1980).
                                                                  Em 1982 a situação
                                                                  fundiária dos
                                                                  proprietários
                                                                  de terras no
                                                                  município de
                                                                  Praia Grande
                                                                  foi regularizada
                                                                  e os proprietários
                                                                  na verdade
                                                                  foram beneficiados,
                                                                  já que eram
                                                                  encostas íngremes,
                                                                  sem valor de
                                                                  uso.
    
    [3]
    
   
                                                              Enquanto que as atividades
                                                                  diretas de
                                                                  exploração
                                                                  da natureza
                                                                  praticadas
                                                                  pelas populações
                                                                  locais eram
                                                                  cada vez mais
                                                                  alvo de fiscalização,
                                                                  o uso da natureza
                                                                  como espaço
                                                                  de lazer para
                                                                  populações
                                                                  urbanas ganhava
                                                                  força. O informativo
                                                                  local e a mídia
                                                                  Riograndense
                                                                  achava que
                                                                  era necessário "Mostrar o Itaimbézinho para o mundo, dar
                                                                  condições para
                                                                  que o turista
                                                                  que chegue
                                                                  até ele e dotá-lo
                                                                  com infra-estrutura:
                                                                  estradas trafegáveis,
                                                                  energia elétrica
                                                                  e água encanada". (Sentinela Cambaraense 1979). A
                                                                  natureza precisava
                                                                  ser modificada,
                                                                  acrescentada
                                                                  de "novidades úteis",
                                                                  para ser apreciada
                                                                  pelo homem
                                                                  moderno, urbano. A "gigantesca" estrada do Faxinal
                                                                  - era "um
                                                                  braço que se
                                                                  estende a Serra
                                                                  e outro ao
                                                                  mar e desse
                                                                  aperto de mão
                                                                  resultará a
                                                                  integração
                                                                  do vale do
                                                                  Araranguá com
                                                                  os Campos de
                                                                  Cima da Serra". 
                                                              Como a estrada passava
                                                                  pela periferia
                                                                  do Parque,
                                                                  o IBDF colocou
                                                                  sérias restrições
                                                                  quanto à conclusão
                                                                  nas terras
                                                                  riograndenses,
                                                                  mas a integração
                                                                  a ser proporcionada
                                                                  pela serra,
                                                                  fundamental
                                                                  para os interesses
                                                                  econômicos
                                                                  locais era
                                                                  defendida como
                                                                  uma reivindicação
                                                                  da comunidade.
                                                                  Havia também,
                                                                  enorme interesse
                                                                  para as indústrias
                                                                  locais, principalmente
                                                                  por parte da
                                                                  Celulose Cambará S/A,
                                                                  que seria altamente
                                                                  beneficiada
                                                                  com o escoamento
                                                                  de sua produção
                                                                  de papel e
                                                                  o abastecimento
                                                                  da fábrica
                                                                  (Sentinela
                                                                  Cambaraense
                                                                  1978). 
                                                              No início de 1982 foi
                                                                  assinado um
                                                                  termo aditivo
                                                                  a um convênio
                                                                  existente entre
                                                                  o IBDF e a
                                                                  EMBRATUR com
                                                                  a finalidade
                                                                  específica
                                                                  de iniciar
                                                                  a infra-estrutura
                                                                  para receber
                                                                  o turista (Plano
                                                                  de Manejo 1982-83).
                                                                  Em novembro
                                                                  de 1981 ocorreu
                                                                  a implantação
                                                                  do PNAS, já com
                                                                  estrada trafegável.
                                                                  Devidamente
                                                                  equipada, a
                                                                  paisagem agreste
                                                                  pode finalmente
                                                                  servir como
                                                                  fonte de renovação
                                                                  espiritual
                                                                  para a massa
                                                                  urbana. Esse
                                                                  fato fica perfeitamente
                                                                  evidenciado
                                                                  no discurso
                                                                  do Prefeito
                                                                  o Sr. Pedro
                                                                  Teixeira Constantino: 
                                                              Após 22 anos do Decreto
                                                                  de Juscelino
                                                                  Kubitscheck,
                                                                  eis que chega
                                                                  o dia da implantação.
                                                                  No momento
                                                                  em que a consciência
                                                                  gaúcha se preocupa
                                                                  com o pólo
                                                                  petroquímico,
                                                                  fruto do progresso
                                                                  e da mão do
                                                                  homem, surge
                                                                  um Parque Nacional,
                                                                  que é fruto
                                                                  da obra divina
                                                                  e um presente
                                                                  da natureza
                                                                  (...) Nos momentos
                                                                  atuais, onde
                                                                  as populações
                                                                  das cidades
                                                                  andam tão ávidas
                                                                  de lazer e
                                                                  recreação junto à natureza,
                                                                  para revigorar
                                                                  suas energias
                                                                  e respirar
                                                                  ar puro, sentindo
                                                                  o contato com
                                                                  o belo e o
                                                                  infinito, Cambará do
                                                                  Sul tem o privilégio
                                                                  de oferecer
                                                                  ao visitante,
                                                                  os dois mais
                                                                  significativos
                                                                  pontos turísticos
                                                                  (Sentinela
                                                                  Cambaraense
                                                                  1981). 
                                                              Com a abertura da estrada
                                                                  da Serra o
                                                                  local começou
                                                                  a ser cada
                                                                  vez mais freqüentado
                                                                  pelas comunidades
                                                                  vizinhas. De
                                                                  forma geral,
                                                                  as pessoas
                                                                  que visitavam
                                                                  o parque, fossem
                                                                  meros veranistas
                                                                  ou estudantes,
                                                                  desconheciam
                                                                  sua finalidade
                                                                  e condição
                                                                  de Parque Nacional,
                                                                  sendo comum
                                                                  a extração
                                                                  de plantas
                                                                  e coleta de
                                                                  pinhões 9Plano
                                                                  de Manejo 1982-83).
                                                                  O Parque foi
                                                                  fechado para
                                                                  visitação de
                                                                  março de 1996
                                                                  até 1999, pela
                                                                  total falta
                                                                  de condições
                                                                  de manejo para
                                                                  receber o público.
                                                                  Então, numa
                                                                  iniciativa
                                                                  do IBAMA (Instituto
                                                                  Brasileiro
                                                                  do Meio Ambiente
                                                                  e dos Recursos
                                                                  Naturais Renováveis)
                                                                  e do governo
                                                                  estadual do
                                                                  RS, com o apoio
                                                                  da Prefeitura
                                                                  de Cambará do
                                                                  Sul, resolveu-se
                                                                  investir na
                                                                  unidade e construir
                                                                  uma estrutura
                                                                  modelo, para
                                                                  receber os
                                                                  visitantes.
                                                                  Ao mesmo tempo
                                                                  tentou se implantar
                                                                  o ecoturismo
                                                                  como uma atividade
                                                                  econômica compatível
                                                                  com a postura
                                                                  de parques
                                                                  nacionais (Kinker
                                                                  1999:75). De
                                                                  acordo com
                                                                  as informações
                                                                  do Plano de
                                                                  Uso Público
                                                                  de 2002, cerca
                                                                  de 20% das
                                                                  terras do parque
                                                                  ainda estão
                                                                  em poder dos
                                                                  proprietários
                                                                  que não foram
                                                                  indenizados.
                                                                  Há ainda outras áreas
                                                                  ocupadas por
                                                                  proprietários
                                                                  que receberam
                                                                  a indenização
                                                                  apenas em parte
                                                                  e que, por
                                                                  essa razão,
                                                                  recusam-se
                                                                  a deixar a área
                                                                  (Plano de Uso
                                                                  Público 2002:41).
                                                                  Os moradores
                                                                  sofrem restrições
                                                                  de uso principalmente
                                                                  com a questão
                                                                  do gado, agricultura,
                                                                  caça, desmatamento
                                                                  e fogo.                       
                                                              Considerações finais
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              Em certa medida, desde
                                                                  a sua criação,
                                                                  o parque caracterizou-se
                                                                  muito mais
                                                                  como uma ilha
                                                                  de preservação
                                                                  para as populações
                                                                  urbanas. Essa
                                                                  posição foi
                                                                  amplamente
                                                                  apoiada pela
                                                                  mídia riograndense
                                                                  que considerou
                                                                  a criação do
                                                                  Parque como
                                                                  um impulso
                                                                  ao turismo.
    
    [4]
    
     Por outro lado, as administrações do Parque sempre atuaram
    de forma centralizadora e repressora, mantendo uma postura de afastamento
    dos problemas locais.
    
    [5]
    
   
                                                              Para Drummond (1997:07),
                                                                  a criação de
                                                                  Parques Nacionais "tem
                                                                  um impacto
                                                                  bastante positivo
                                                                  na opinião
                                                                  pública dos
                                                                  países que
                                                                  a adotam, por
                                                                  criar oportunidade
                                                                  de lazer e
                                                                  de apreciação
                                                                  estética para
                                                                  grandes faixas
                                                                  de população
                                                                  urbanizada,
                                                                  cuja vida cotidiana
                                                                  se passa mais
                                                                  em ambientes
                                                                  sociais e tecnológicos 'artificiais' do
                                                                  que em ambientes 'naturais'".
                                                                  Entretanto,
                                                                  por nascerem
                                                                  de decretos
                                                                  ou decreto-leis
                                                                  do poder executivo,
                                                                  são criadas
                                                                  sem consulta à sociedade,
                                                                  especialmente às
                                                                  comunidades
                                                                  mais diretamente
                                                                  atingidas (Kinker
                                                                  1999:19). Desta
                                                                  forma, a proteção
                                                                  ao meio ambiente
                                                                  na área do
                                                                  PNAS, não se
                                                                  fez a partir
                                                                  de um compromisso
                                                                  firmado com
                                                                  a comunidade.
                                                                  Não há assim,
                                                                  por parte dos
                                                                  moradores um
                                                                  entendimento
                                                                  real de como
                                                                  o parque pode
                                                                  melhorar as
                                                                  suas condições
                                                                  de vida tanto
                                                                  a nível individual
                                                                  quanto coletivo.
                                                                  Exceção é feita
                                                                  a pequenas
                                                                  parcelas da
                                                                  população que
                                                                  se beneficiam
                                                                  com o projeto
                                                                  de ecoturismo.
                                                              Desde então, a presença
                                                                  do Parque tem
                                                                  influenciado
                                                                  cada vez mais
                                                                  o processo
                                                                  de produção
                                                                  do espaço rural
                                                                  em Praia Grande.
                                                                  Por um lado,
                                                                  a implantação
                                                                  da política
                                                                  preservacionista
                                                                  impõe restrições às
                                                                  atividades
                                                                  agrícolas.
                                                                  Por outro lado,
                                                                  a presença
                                                                  do Parque no
                                                                  município atrai
                                                                  interesses
                                                                  ligados à atividade
                                                                  turística,
                                                                  seja com a
                                                                  vinda de neo-rurais,
                                                                  seja com a
                                                                  conversão de
                                                                  estabelecimentos
                                                                  rurais em pousadas.
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                              
                                                              REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              DALL'ALBA, João Leonir
                                                                  (org.) Histórias
                                                                  do Grande Araranguá. Araranguá:
                                                                  Gráfica Orion
                                                                  Editora, 1997.
                                                              DEAN, Warren A ferro e a fogo: a história da devastação
                                                                    da Mata Atlândica
                                                                    brasileira. São
                                                                    Paulo: Companhia
                                                                    das Letras,
                                                                    1996.
                                                              DIEGUES,
                                                                  Antonio Carlos. O mito moderno da natureza
                                                                  intocada. São Paulo: Hucitec,
                                                                  1996.
                                                              DRUMMOND, José Augusto. O
                                                                    sistema brasileiro
                                                                    de parques
                                                                    nacionais.
                                                                    Niterói,
                                                                    RJ: EDUFF,
                                                                    1997.
                                                              KINKER, Sonia. O Ecoturismo como uma das estratégias para
                                                                    a conservação
                                                                    da natureza
                                                                    em parques
                                                                    nacionais
                                                                    brasileiros:
                                                                    estudo de
                                                                    caso dos
                                                                    parques nacionais
                                                                    de aparados
                                                                    da serra
                                                                    e Caparaó. Dissertação
                                                                    Mestrado
                                                                    em Ciência
                                                                    Ambiental.
                                                                    São Paulo,
                                                                    1999.
                                                              PARQUE NACIONAL DE APARADOS
                                                                  DA SERRA. Plano
                                                                  de uso público
                                                                  de 2002
                                                              ___. Plano de manejo 1982/83.
                                                              Plano Diretor do Uso do
                                                                    Solo Urbano
                                                                    de Praia
                                                                    Grande/SC. Florianópolis: UFSC,
                                                                    1988.
                                                              REITZ, Raulino. Paróquia de Sombrio. Brusque: [s.e.],
                                                                  1948.
                                                              WALLAUER, Martha Tressinari
                                                                  Bernardes. Sistemas
                                                                  de Unidades
                                                                  de Conservação
                                                                  Federais no
                                                                  Brasil: Um
                                                                  estudo analítico
                                                                  de categorias
                                                                  de manejo.
                                                                  Dissertação
                                                                  de Mestrado.UFSC,
                                                                  Florianópolis,
                                                                  1988.
                                                              Jornais
                                                              
                                                                
                                                                
                                                             
                                                                
                                                              CORREIO DO POVO. Domingo 10 de Janeiro de 1960. 
                                                              SENTINELA CAMBARAENSE.
                                                                  INFORMATIVO
                                                                  DA PREFEITURA
                                                                  MUNICIPAL  DE
                                                                  CAMBARÁ DO
                                                                  SUL - RS. Ano
                                                                  I, n° 11, Dez.
                                                                  1978
                                                              ___. Ano II, n ° 14, out.
                                                                  1979
                                                              ___. Ano III, n ° 24, setembro
                                                                  1980
                                                              ___.  Ano IV, n °  29,  março 1981
                                                              ___. Ano IV, n° 37,  nov 1981.